“Tá difícil né, minha filha. Quer um abraço?”

Alessandra Ramos

23 de junho de 2020

Blog do Grupo Bridge

Desenvolvimento humano, transformação cultural e inovação.
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Ultimamente, Dráuzio Varella anda visitando muito meus pensamentos, rs. Não é por menos. Mas se ele me perguntasse isso hoje eu responderia: “Não, imagina. Quero é colo mesmo!”

E quem não quer?

Estamos imersos numa rotina maluca e desgastante. Para alguns ela está mais sobrecarregada do que para outros, mas para todos está exaustiva. Isso é fato!

Estamos mais sensíveis, mais irritados, mais ansiosos, mais tudo! Só a falta de apetite que não aumenta, pelo contrário, a “fome” (bendita vontade de comer) é que triplicou! Kkk

E é por essas e outras oscilações que acabamos por oscilar também o nosso comportamento com os outros, ora estamos mais compreensivos, flexíveis e empáticos, ora impacientes e exigentes, querendo que atendam prontamente nossas necessidades… Esse “Turbilhão de Emoções” (texto lindo pra conferir lá no nosso blog), mesmo impactando nossas relações não reduz nossa consciência de que não está fácil para ninguém!

Mas, hoje eu não vim falar do óbvio, eu vim falar do que realmente importa: O quanto estamos respeitando e acolhendo a nós mesmos ao longo desse processo?

Essa mesma compreensão, flexibilidade e empatia que oferecemos aos outros, às vezes não tanto quanto gostaríamos ou deveríamos, estamos usando com a gente mesmo?

E vou além, esse “colo” que a gente pede – às vezes chega até a exigir – do outro, querendo compreensão e cuidado, será que estamos oferecendo a nós mesmos? Adianta recebermos do outro se “inconscientemente” nos tratamos com a chibata?

Hoje eu te convido a tomar consciência da forma como você anda se tratando, se cuidando, e – principalmente – se cobrando acerca de tudo que anda acontecendo na sua vida.

Para isso, vou pedir para que você faça um exercício bem simples:
– Pense em uma coisa importante que você esqueceu de fazer, alguma entrega que você atrasou ou não executou bem. Pense……

Já pensou? Ok. Agora tente se lembrar no que você pensou assim que se deparou com o fato.

Então, responda: Ao se dar conta desse fato, o primeiro pensamento que te veio à mente foi mais para…
a) “Ai que burrice a minha!”, “Não acredito na m#$% que eu fiz!” ou “Coooooomo eu pude deixar isso acontecer?”
Ou…
b) “Ok, isso acontece!”, “Calma, eu posso resolver”, “Tudo bem, essa sobrecarga de atividades ia gerar algum erro cedo ou tarde”

Seja sincera/o!

Agora, imagine que essa falha ou erro, foi feita por alguma outra pessoa que você estima muito: – Pensa que ela está nervosa, se criticando e te contando isso. O que você diria a ela?

Pare um instante aqui e compare de forma sincera a diferença de discurso entre o 1º e o 2º exercício. De 01 a 05, sendo 01 para “diferença mínima” e 05 para “uma baita diferença”, qual foi o tamanho da diferença entre seu discurso interno e o que você oferta para quem estima?

De antemão, me arrisco a afirmar que a diferença foi de três para cima. Acertei?

E sabe por que a gente faz isso? Por que a gente se trata de uma forma que seria inaceitável tratar qualquer outro colega de trabalho?

Pense bem, o que nos faz ter um inquilino tão tirano em nosso imaginário?

A resposta é óbvia: a gente o criou e o alimentou durante toda a vida!

Está enraizada na nossa história de vida a necessidade de autocobrança, autocontrole e de “perfeccionismo” como formas da gente se superar, atingir melhores resultados e se destacar naquilo que se predispõe a fazer.

Mas, será que é preciso aguentar esse inquilino o tempo todo? E principalmente agora?

Eu tenho uma excelente notícia para te dar! Antes de mais nada, ele só é tirano porque acredita que é disso que a gente precisa. Se a gente conversar com este inquilino – ou seja, com a nossa “voz interior” – e explicar que podemos ser gentis conosco, que podemos ser compreensivos sem sermos permissivos, essa voz começará a nos tratar com mais gentileza, com menos repressão e com mais acolhida.

Em outras palavras, podemos dar – nós mesmos – o colo que tanto esperamos dos demais.

Mas, paciência… É um processo!

Pense em quanto tempo você convive com essa voz, você ouve e se pune pelas coisas que ela te diz. E cada vez que ela te “maltratar”, lembre-se: Não é porque não nos punimos ou “auto culpamos” que deixaremos de produzir ou de sermos aceitos. Afinal, já somos adultos e conscientes das nossas qualidades, necessidades e das consequências dos nossos atos – pelo menos na maior parte do tempo.

E se antes achávamos que seríamos aceitos ou amados somente se fossemos perfeitos ou se atendêssemos todas as expectativas, hoje, já sabemos que isso é impossível. Sabemos que não precisamos nos culpar ou nos cobrar tanto para mantermos uma relação. Seja relação de trabalho ou não, se ela exige perfeição ou não admite erros, isso não é saudável para ninguém, muito menos para você!

Então, pare! Pare agora mesmo de ouvir essa voz que cobra perfeição, que não admite erros, esquecimentos e que te cobra uma excelente performance o tempo todo!

Isso esgota sua energia, gera um peso e uma culpa enormes e apenas atrasa o seu desenvolvimento real. Ainda mais agora, justo agora, não é o momento de aguentar isso. Acredite!

É o momento de respeitar limites. Mas primeiro – e antes de tudo – de respeitar os seus limites!

É o momento de acolher seus defeitos, aceitar e compreender suas dificuldades e respeitar o seu tempo. É igualmente tempo de evoluir, sim, aprender, com certeza! Mas com leveza, autoempatia e autocompaixão. Se não oferecermos isso a nós mesmos em primeiro lugar, não poderemos oferecer verdadeiramente aos outros.

Então, aproveite esse momento para fazer as pazes com sua voz interior. Dedique um tempo para conhece-la melhor e, assim, transformá-la de inquilina em voz amiga, uma verdadeira aliada do seu desenvolvimento.

Afinal, a vida é muito melhor com mais apoio e menos crítica!

ESCRITO POR

Alessandra Ramos

É Analista Sênior do Grupo Bridge, onde desenvolve conteúdos e ações educativas que buscam despertar o ilimitado potencial das pessoas. Se não está aprontando por aqui, certamente está cuidando da família ou bagunçando com as crianças.

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