Turbilhão de Emoções

Bárbara Viana

3 de abril de 2020

Blog do Grupo Bridge

Desenvolvimento humano, transformação cultural e inovação.
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Estamos passando por um momento que para a maioria das pessoas é inédito, muitas emoções afloram no nosso dia, parece até uma montanha russa, ora nos sentimos bem diante de tudo, ora muito mal, por vezes até apáticos. E emoções como Ansiedade, Frustração, Medo, Tristeza e Raiva vão surgindo, desaparecendo, reaparecendo, e no afã de contê-las vamos nos distraindo, ocupando, ignorando… O mais importante é entendermos que o que estamos sentindo agora é absolutamente normal dentro do contexto que estamos vivendo, e compreender isso pode nos ajudar a sentir mais tranquilidade no balanço final do dia.

Vamos conhecer melhor essas emoções?

No livro “A Magia dos Sentimentos”, de Celso Braga, podemos compreender melhor as emoções citadas acima, que provavelmente, estão sendo as mais presentes em nossas vidas nessas últimas semanas. A seguir alguns trechos (bem resumidos) do livro:

Ansiedade: é a emoção relacionada à apreensão ou medo antecipado de algo, pela possibilidade de ser magoado ou de perder alguma coisa. A ansiedade tem graduações que variam entre a tênue apreensão podendo chegar até ao pânico desorganizador.

Frustração: é a emoção que surge ao ver falhar algo com o qual se contava ou sobre o qual se tinha expectativa. É a sensação de incapacidade diante dos desgostos sofridos e que impedem de se chegar aonde se deseja. Ocorre quando os acontecimentos são diferentes do que esperávamos.

Medo: A ideia de que algo ou alguma coisa possa ameaçar a sua segurança ou a vida de alguém faz o cérebro ativar, involuntariamente, uma série de compostos químicos, provocando reações que caracterizam o medo.

Raiva: é a emoção vivenciada quando se acredita ter sido provocado, ofendido, colocado de lado, molestado, importunado. A raiva é um protesto contra alguém ou alguma coisa, sendo trazida à tona quando as pessoas se sentem ameaçadas.

Tristeza: é estimulada pela dificuldade de aceitação dos eventos da vida ou pela realidade do momento em que se vive, que não corresponde às expectativas criadas. Quando uma pessoa está triste, se sente impotente diante dos problemas que tem. A tristeza consome o tempo dessa pessoa, de modo que a torna cada vez mais isolada, menos ativa e disposta à ver que o futuro pode ser diferente.

Os fatos que estamos vivendo ao redor do mundo nesse período, principalmente nesse mês de março de 2020, nos impacta e faz com que essas emoções venham à tona, nos dando a constante e incômoda sensação de maior vulnerabilidade. Há uma queda na nossa imunidade, nosso repertório habitual torna-se ineficaz para lidar com essas situações de isolamento social, desintegração momentânea das relações sociais, imprevisibilidade da economia… Enfim, tudo isso gera uma sensação de impotência, perda e luto.

De acordo com Olavo Sant’Anna e Lyani Prado, psicodramatistas com larga experiência em emergências e desastres, há estudos que comprovam a previsibilidade de determinados efeitos em pessoas expostas a situações extremas, são estes:

  1. Efeitos Cognitivos: Confusão mental, preocupação exagerada, pesadelos.
  2. Efeitos Emocionais: Raiva, Culpa, Tristeza, Negação, Desespero, Angústia.
  3. Efeitos Comportamentais: Irritabilidade, Impulsividade, Impaciência.
  4. Efeitos Físicos: Fadiga, Alterações Cardiovasculares, como aumento da pressão arterial.
  5. Conflitos nos Relacionamentos: entre Casais, Familiares, Colegas de Trabalho.
  6. Recusa de Seguir Regras e Normas: aumento do preço de álcool gel, do gás de cozinha, recusa de isolamento.

Sentiremos esses efeitos? Sim! E, tudo bem!

Teremos dias mais sensíveis, sensação maior de fragilidade, vamos nos perceber menos produtivos ou menos engajados, sim e isso é absolutamente normal! Faz parte desse período.

Segundo Jacob Levy Moreno, nosso cérebro não está configurado para surpresas, agimos como animais irracionais, acionamos nosso sistema de alarme. Daniel Goleman, denomina esse processo como “sequestro da amígdala”, acessamos o nosso sistema de alarme que por sua vez dispara em nosso cérebro apenas 3 opções: Lute, Fuja ou Pare.

A questão diante desse cenário é “não nos rendermos todos os dias para esses efeitos”, e – de forma consciente – criarmos Estratégias de Enfrentamento:

Ter a consciência do quanto é importante não negar os sentimentos que brotam dentro de nós, percebermos o que estamos sentindo, se possível nomear, é super importante para que a gente consiga ter a capacidade de pensar sobre ele e canalizar para uma ação positiva. Ou seja, podemos sentir medo, acolher e reconhecer essa sensação no nosso corpo (mãos frias ou trêmulas, frio na barriga, boca seca, etc.), nomear corretamente (isso que sinto é medo!), só assim conseguiremos direcionar o que fazer com esse medo. E quando conseguirmos reconhecer e pensar conscientemente sobre ele, poderemos apasiguá-lo, encontrando alternativas para lidar com as situações que geraram tal emoção. E, nesse momento, poderemos sentir o medo diminuir e dar espaço para a Coragem!

Uma técnica interessante que facilita o processo descrito acima é o diário. Use-o para escrever sobre as emoções que você vai vivenciando ao longo do dia. Caso, você perceba que não está conseguindo fazer esse processo sozinho, existem grupos terapêuticos on-line e gratuitos, aproveite a solidariedade que também surgiu nesse momento e conecte-se.

Mas não basta apenas trabalhar internamente suas emoções. Para se manter saudável, é de suma importância se desafiar a criar novas formas para fortalecer e manter seus vínculos, pois antes de tudo, somos seres relacionais. Se, mesmo a distância, você mantiver a proximidade afetiva, terá mais chances de preservar sua saúde mental. Por isso, temos algumas opções para você manter e/ou fortalecer seus vínculos:

  • Participe ou crie alguma rede de apoio (se for do grupo de risco peça ajuda; se conhece alguém desse grupo, se voluntarie para fazer as compras, por exemplo).
  • Manter contato seja pelo interfone com um vizinho ou um telefonema.
  • Use a tecnologia nas chamadas de vídeo e experimente um almoço ou um café virtual.
  • Leia e converse sobre algum livro interessante.
  • Jogue um jogo com os amigos à distância, desde os mais conhecidos como: STOP, Imagem & Ação, ou simplesmente conhecer o outro (parceiro, amigo, familiar) no modo avançado:
  • Adivinhar e descobrir o que outro gosta/não gosta, seus desejos e sonhos.
  • Preserve e nutra suas relações com o pessoal do trabalho, mesmo que não precisem desenvolver nenhuma atividade juntos. Ligue, pergunte como estão, combinem um happy hour virtual, ou mesmo uma parada para o café (virtual, claro!) com quem estiver disponível.

Além disso, crie momentos de conexão com a sua fé, alguns minutos para meditação, ou mesmo uma atividade que te traga calma, tranquilidade e relaxamento.

Cuide das informações que está consumindo, que sejam de fontes confiáveis, como especialistas da área ou da OMS (Organização mundial da Saúde). E, principalmente, limite a quantidade de informações por dia, não caia na armadilha de ficar o dia todo em contato com essas notícias.

E já que estamos falando de informações, aproveite para desfrutar das opções on-line e gratuitas disponíveis nas redes para se atualizar. Enfim, invente algo que possa aproveitar e viver da melhor forma esse “aqui e agora” que fomos destinados a viver.

Mas não descuide do básico: busque manter um estilo de vida saudável, alimente-se bem, beba água, durma e faça exercícios, aproveite esse verdadeiro “confinamento” para cuidar de você.

Um último – e importantíssimo – ponto: Tenha clareza do que podemos e do que não podemos controlar!

O que não podemos controlar?

  • O outro que vai no mercado e compra desesperadamente;
  • Prever o que vai acontecer;
  • As reações e ações das outras pessoas;
  • Quando será o Fim da Pandemia;
  • Se os outros estão fazendo a sua parte;
  • Como ficará a Economia mundial.

O que podemos controlar?

  • Seguir as recomendações da OMS, como lavar as minhas mãos constantemente e evitar sair de casa ao máximo;
  • Manter o distanciamento social;
  • Se exercitar, no seu limite e conforme o espaço que tem;
  • Filtrar as notícias que consumo, evitar as notícias apelativas e fake news;
  • Ajudar alguém;
  • Aprender coisas novas.
  • É importante ter esses pontos bem claros, afinal, ficar querendo controlar o que não está no seu controle só vai te desgastar. É literalmente gastar energia em vão!

O Presente é o tempo que estamos vivendo, é o “Aqui e Agora”. Esteja consciente para apreciar, pois mesmo diante do cenário mais caótico a vida pode proporcionar um momento único.

E este momento que estamos vivendo é único, em todos os sentidos, inclusive de aprendizado e evolução pessoal. Desfrute!

ESCRITO POR

Bárbara Viana

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