“Acho que temos a responsabilidade moral de ajudar no crescimento da economia, ajudar a criar empregos, contribuir para este país e para os outros países onde fazemos negócios”. (…) Acho que provavelmente ainda há um grupo significativo que sente que minha única responsabilidade é com Wall Street”.
Tim Cook – CEO da Apple – em entrevista para o The New York Times
Inspirado por esta citação de Tim Cook, gostaria de falar um pouco sobre ética na liderança. Antes de seguir adiante, façamos uma rápida parada para revisitarmos o conceito de ética. Segundo o Dicionário Michaelis, ética é:
“Conjunto de princípios, valores e normas morais e de conduta de um indivíduo ou de grupo social ou de uma sociedade”
Não há como falar de liderança sem que, em algum momento, precisemos também falar sobre ética. Por essência, um líder é alguém que decide, que escolhe e sugere um caminho, que provoca reflexões com quem se relaciona no seu dia-a-dia. Ou seja, a liderança é um mundo cheio de dilemas. O que nos traz a seguinte questão:
Quais são os valores que embasam suas decisões e escolhas como líder?
Você já parou para pensar quais são seus valores pessoais? De que forma estão conectados com a forma como lidera seu time ou outras pessoas sob as quais tem alguma influência?
Seja você do time dos utilitaristas (os fins justificam os meios) ou dos deontológicos (o que vale é fazer a coisa certa), sempre haverá um tipo de ética que embasa sua atuação como líder.
Toda atividade de liderança é acompanhada de uma expectativa por resultado, pois o líder é o responsável por influenciar um grupo de pessoas para um objetivo comum. Isso não é novidade. Meu ponto aqui é qual caminho você escolhe para fazer isso. Qual a sua prioridade? O resultado ou as pessoas? Seria possível cuidar de ambos da mesma forma? Ou há sempre uma escolha a fazer?
Se há uma escolha a ser feita ela é, necessariamente sua. E independente de qual seja, é bem provável que não agrade a todos. Há sempre quem diga que o outro caminho é o melhor. Como lidar com isso então?
Transparência! Me parece que essa é a chave. Deixar claro suas intenções e o que tomou como base para a tomada de decisão ou escolha de determinado caminho dará condições ao seu time de se concentrar nos efeitos do que está propondo e não nas intenções.
Acredite! Isso faz muita diferença.
Um time que não sabe por quais caminhos seu líder anda, é um time inseguro, que não se sente à vontade em segui-lo. E assim, os resultados ficam ameaçados.
Por exemplo, outro dia presenciei um time pedindo para o seu líder não esperar ter uma determinada informação em caráter definitivo para comunicá-la. Pediram para compartilha-la assim que possível, ainda que ela mudasse várias vezes. O time dizia: “entendemos que as coisas são muito dinâmicas hoje em dia, e precisamos aprender a lidar com isso.”
Neste caso o time preferia ter o desgaste emocional de ter que se reorganizar a cada atualização do cenário em questão a se sentir desinformado, perdido, traído pelo seu líder ao saber das novidades pelos corredores.
Há quem entenda a partir dessa situação que o líder está certo. Há quem concorde com o grupo. Esse não é o ponto aqui. O fato é que a escolha do líder continha uma ética. E quem se beneficiava dela? O time todo ou apenas ele? No caso da citação do início do texto, com quem Tim Cook está preocupado quando toma suas decisões?
Ser transparente em suas intenções com o time permitiu que o líder do meu exemplo e seu time chegassem a um ponto onde todos se beneficiaram. Dessa forma o líder ganhou uma dose extra de engajamento de todos o foco voltou novamente para onde deveria estar: na entrega dos resultados.
E você, já viveu algum dilema ético ao longo da sua vida de líder? Conta aqui pra gente!!!
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Uma ótima semana!