Neste momento, gostaria de te convidar para uma reflexão: O quanto esse mundo do avesso que estamos experimentando e as pessoas se comportando de maneira mais difícil dizem sobre como você, líder, está?
É fácil deixar a rotina te atropelar, os problemas e as angustias tomarem conta e você acabar por se desconectar do que realmente importa. Quantas vezes escutamos de Líderes: “poxa, meu grupo está muito difícil, só reclama, pouco colaborativo e bem duros uns com os outros!”.
Líderes exaustos, acabam se fixando nas dificuldades, na crítica e na falha. Na real, o desejo é que tudo fosse mais fácil… A realidade é que o cansaço e os problemas estão sendo maiores e isso faz com que os líderes não pensem a respeito.
Agora, se você está disposto a ver a situação como um todo, e está disposto a entender o porquê de as pessoas precisarem se defender de você, serem duras com você, perceber que não é do nada que esse comportamento de “implicar” e ser “reclamão” acontece. Se está disposto a descobrir onde está o ruído e a desconexão dessas relações, você tem um ponto de virada: observar a si próprio, cuidar de si!
Um ponto de virada é um momento único, de entendimento, quase uma “clarificação”. Onde você percebe nitidamente a oportunidade de dar uma “guinada” na realidade atual. Imagine o seguinte ciclo: Você olha e percebe a irritação do outro, se irrita também, se cansa pela não colaboração do outro, e observa que este outro colabora cada vez menos, se desengaja, e isso se repete, com ele, com outros…
Que olhar você está emprestando a ele? Será que você está sendo muito crítico, está se irritando cada vez mais? O quanto você está disponível para também ter tempo de contextualizar a situação, dar direcionamentos mais claros e completos? Quantas vezes permite-se parar e perguntar como as pessoas estão se sentindo?
Enfim, com quais olhos você e esse grupo estão vendo as situações? Quais são os ruídos que estão gerando esta desconexão?
Os grupos se constroem (também) pelo olhar do Líder, através de um senso de pertencimento que cada um sente e pelas características de sua postura. A hora que essa relação fica ruim, é preciso parar e pensar: “que espelho estou sendo para meu grupo, será que estou reclamando mais, criticando mais, mais intolerante e pouco disponível?” . Quando o líder percebe isso, ele consegue transformar essa situação e resgatar a relação.
O ponto de virada é exatamente esse momento, o momento em que é possível perceber que há algo que o grupo está sinalizando que não está legal. Que está bem difícil para essas pessoas e que, muitas vezes, o barulho dentro do líder está tão grande que ele não consegue acolher o barulho dos demais.
Às vezes, tem coisas que o Líder está deixando de escutar, deixando de entender as necessidades e então a desconexão ocorre. Perceber onde está a falha nesta conexão é a chave para transformar a relação.
Você pode até pensar: “Ah, mas a situação é crítica e dura, precisamos ser duros com as pessoas!”. Será? Por que eu estou deixando de olhar para as minhas pessoas? O que estou deixando de enxergar e o que está sendo a minha prioridade neste momento? Nenhum grupo muda de uma hora para a outra. A mudança é sutil e gradativa, por isso às vezes é tão difícil se dar conta da mesma…
Se você não se dispor a compreender o barulho de fora, a situação não vai mudar. “Ah, mas meu grupo é sênior, experiente, precisa ter autonomia e seguir…” . Sim!
Mas, quem é a base segura deste grupo para ele ter a força necessária para seguir?
Você!
É você a pessoa responsável pela estabilidade emocional do grupo, você é o espelho e aquele que dita o tom de como esse grupo seguirá. Pode ser, sim, que o grupo já tenha chegado num limite e aí são decisões que precisam ser tomadas. Mas, pode ser também que esse grupo está apenas refletindo um olhar que é formado pelo Líder, características e sutilezas que o líder – muitas vezes sem perceber – está projetando na própria equipe.
Começar a olhar para você, perguntando-se de forma sincera: “Que tipo de imagem estou passando? O que o outro está conseguindo enxergar da minha forma de liderar? Das minhas decisões e priorizações, da maneira que estou lidando com as situações?” .
Isso tudo vai formando o olhar do outro sobre si mesmo e sobre você também… Você não é super herói e nem será. Você é tão frágil e vulnerável quanto seu time. Falar sobre isso e pedir a ajuda deles pode ser uma maneira de se conectar com eles, valorizar a contribuição de cada um, conversar sobre os desafios que estão enfrentando e como é importante passarem por isso juntos, conectados, pode ser mais fácil. Acredite!
O clima e as relações podem ser fortalecidos quando a gente se abre para o diálogo, não pontual, mas contínuo e fluido, como um jeito de liderar, de conduzir as pessoas por uma jornada comum. Tendo a certeza de que é a sua direção que faz toda a diferença!
E então? Que tal aproveitar essas perguntas para fazer uma reflexão sincera sobre seu momento e o momento que sua equipe está vivendo?
Se ficar difícil refletir sozinho, ou mesmo quiser agir após se defrontar com alguma resposta, conte com a gente! Teremos o maior prazer em garantir uma conexão muito mais forte e duradoura entre você e sua equipe. ;D