Bem-estar eleva resultados

Grupo Bridge

16 de agosto de 2022

Blog do Grupo Bridge

Desenvolvimento humano, transformação cultural e inovação.
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Publicada pela HSM, uma  pesquisa realizada pelo ISMA (International Stress Management Association) em nove países, apontou o Brasil como detentor do segundo maior nível de estresse. E não é para menos, a exaustão física e emocional são fatores presentes em 70% dos trabalhadores brasileiros.

Uma vez que a nossa capacidade de gerar proximidade, e com isso aplicar muita criatividade vinda do coletivo é internacionalmente reconhecida esse resultado torna-se ainda mais interessante. Afinal, uma das maiores qualidade do povo brasileiro é a afetividade.

A gente se importa com os outros, nos expressamos emocionalmente e, portanto, sentimos muito mais impacto se comparados com aqueles que possuem qualidades racionais mais exacerbadas. Talvez esse motivo possa explicar o porquê de outros países não estarem tão suscetíveis a pressão emocional que invade a nossa forma de viver atualmente em todo o mundo.

Claro que esta é apenas uma hipótese, porém, o fato é que nunca tivemos tantos casos de “burnout” – Síndrome do esgotamento físico e emocional – como temos agora.

A boa notícia é que as empresas estão mais preocupadas com o bem-estar dos seus colaboradores. Cresce o número de empresas classificadas como humanizadas, ou mesmo das que vêm apoiando projetos que invistam na qualidade de vida. Empresas que aderem a esses movimentos estão cada vez mais bem classificadas no ranking de lugares para se trabalhar e se realizar profissionalmente. Consequentemente, conseguem reter mais talentos, criar maior engajamento e são consideradas mais saudáveis e sustentáveis em termos de resultados.

Acredite, essa informação é muito valiosa para as lideranças, primeiro para despertarem o interesse de cuidarem de si mesmas e depois por saberem que têm a missão de criar ambientes onde as pessoas sintam-se bem e, assim, consigam se desenvolver e produzir de forma plena e saudável. Quer uma prova? Pesquisa feita pela Sodexo em sete países revelou que as empresas onde o clima está em torno de 90% de favorabilidade geram 86% a mais de produtividade.

Mas, se há todo esse movimento, por que os índices de adoecimento emocional são tão alarmantes? Talvez seja importante entendermos mais de como o burnout se instala. Começamos por colocar um ritmo acelerado onde respostas imediatas são mais valorizadas do que aquelas que exigiram maior tempo de reflexão. Assim, ficamos na superfície das situações sem nos aprofundarmos em como nos sentimos em relação às coisas que fazemos. Somamos a isto uma dúzia de coisas para fazer quando nossa capacidade é compatível com no máximo oito. Com isso, passamos a trabalhar mais horas e vamos colocando mais e mais atividades sem termos o sentimento de que conseguimos completar bem as coisas. Logo, o senso de realização não chega…

Conversando com muitos times das mais diferentes empresas, todos confessam que celebram pouco as conquistas. Estão sempre pensando, agindo e se envolvendo no próximo passo sem realmente pararem para apreciar o que conquistaram. Fazendo um paralelo, é como se você ligasse seu computador e fosse abrindo programas, janelas e arquivos sem fechar os anteriores. O que seu computador faz? Trava.

E é exatamente isso o que fazemos conosco. O pior nisso tudo é que há muita gente orgulhosa de ser multitarefa, que se sente importante estando super ocupada e acaba ensinando e reforçando este tipo de “eficiência” para os demais, como se fosse o certo.

Ao conversar com um executivo, ele me confidenciou que após um dia de reuniões, uma atrás da outra, não tinha tido tempo para se alimentar e nem ido ao banheiro. Estava esgotado. Será que durante o dia ele foi capaz de manter o foco? Reflita, você manteria? Uma semana depois, seu nível de irritação e estresse estava elevado, assim como o dos demais que estavam nesta situação. Será que o clima estava bom para celebrar? Para construir coisas novas juntos? Como você estaria? Certamente querendo sair correndo para descansar. Mas, com tanta tensão, descansaria?

Ao voltar para sua casa, seu filho estava querendo atenção. Será que ele tinha energia para cuidar de seu filho? Sua esposa queria conversar, ele teria forças para ouvi-la e acolher suas necessidades? E se ela estivesse na mesma situação, eles conseguiriam conversar?

Talvez depois destas reflexões você comece a entender como o burnout se instala. Passo a passo, ele vai sendo alimentado e vamos, sem perceber, nos esgotando. Usamos toda a energia que temos para conseguirmos responder às demandas que nos chegam sem prestarmos a devida atenção se devemos ou não ir por outro caminho.

Ao adquirirmos clareza sobre a importância do bem-estar
para nós e para as pessoas ao nosso redor, precisamos começar a entender como a nossa energia vai sendo consumida – e consequentemente o nosso emocional – ao longo das nossas atividades. Somente com essa percepção, podemos melhorar nossas decisões e nossa forma de lidarmos com tudo que precisamos fazer. Assim, conseguiremos gerenciar não mais o tempo e sim a nossa capacidade de nos mantermos mentalmente focados e emocionalmente conectados.

 Lideranças excepcionais constroem uma base segura para que todos possam equilibrar suas tarefas e, consequentemente, sua energia ao executá-las. Consideram a percepção emocional de bem-estar uma poderosa aliada para melhorar a performance de suas equipes.


1. Mesmo que o momento seja de muita dedicação, entenda que realmente precisa de um tempo para recuperar a energia. Tenha esse tempo reservado em sua agenda e na de seu time. Seja exemplo;

2. Não caia na armadilha de aceitar todos os convites para reuniões, ao invés de 10 reuniões, faça 05 bem-feitas. Ao estar realmente presente, com capacidade de foco e concentração, conseguirá colher melhores resultados. Ensine seu time a evitar essa armadilha também;

3. Se o nível de desgaste está alto demais para todos, procurem conversar e planejar juntos como podem reequilibrar as coisas. Entregar sim. A qualquer custo, não!

Lembre-se: Pessoas em burnout custam muito mais do que pessoas felizes.

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