Com a velocidade das transformações cada vez mais acelerada, nós não temos mais respostas prontas, padrões e referenciais para as questões e desafios presentes, precisamos dar um jeito de buscar soluções, aproveitando a inteligência não mais de uma só pessoa, mas de um coletivo. Quanto mais as pessoas forem capazes de aprender, reaprender, de considerar as experiências anteriores e ter o diálogo como forma de resolver os problemas, maior será a probabilidade de transformar positivamente não só a própria realidade como a de seu entorno também.
As empresas, sentindo o impacto das mudanças, estão se reinventando para ocupar um lugar nesse cenário que se desenha. Um dos desafios, talvez o mais emergente, é que as transformações só são possíveis de serem percebidas, compreendidas e vividas através das pessoas e, então, as empresas estão descobrindo que um pré-requisito para a sua sobrevivência é ter um novo jeito de se relacionar, compreendendo um maior compromisso com seus colaboradores, clientes, fornecedores e sociedade em geral. E aí chegamos ao ponto crucial de que “para vencer esse desafio é necessário criar relações com maior confiança” e, portanto, humanizar as relações.
Relações humanizadas são embasadas na dignidade, na integridade e na ética. São relações mais dialogadas e justas, que visam trazer o senso de pertencimento. E quando nos referimos às empresas humanizadas, estamos falando daquelas que têm as pessoas no centro, prezando pelo coletivo, movidas por causas e propósitos que impactam para além dos muros das empresas.
Humanizar as relações é, portanto, trazer mais criatividade e vulnerabilidade para o cotidiano. É dar atenção às necessidades presentes, pois isso trará mais segurança para as pessoas seguirem nesse caminho tão incerto. Quanto mais se reconhecer a interdependência entre as pessoas e estabelecer estratégias para gerar valor compartilhado para todas as partes envolvidos, mais lealdade se tem na relação. Quanto mais se expressa o que se sente, mais a amorosidade e o compromisso aparecem, e mais humana se tornam as relações. Quanto mais se promove uma cultura com confiança, autenticidade, transparência e cuidados genuínos, mais o grupo se move com e por paixão e propósito. E por fim, quanto mais se tem um olhar consciente para si e para o outro, maior a probabilidade de construir um mundo melhor, simplesmente pela maneira como se faz o negócio acontecer e como ele se reflete para fora da empresa.
Com a presença do olhar mais humanizado, percebe-se mais facilmente que os desafios podem ser resolvidos através da maior participação das pessoas, pois são consideradas as próprias potencialidades e também as dos outros. Reconhecer e usar mais as capacidades das pessoas, faz com que tenham a sensação de relevância, importância e pertencimento, e, não há nada mais humano que isto: ser incluído, valorizado e se sentir seguro nas relações!
Líderes que reconhecem as pessoas por sua história de vida, características e contribuições, fomentam sentimento de gratidão, pois certamente fizeram a diferença na vida de alguém simplesmente por se relacionar com afeto e amorosidade. E é exatamente esse tipo de Liderança que vai ampliar as chances de sucesso nas organizações, que vai impactar a sociedade e as grandes questões que estamos vivendo como seres humanos, seja no âmbito educacional, ambiental, político, científico ou ético.