“Eu
sou parte de uma equipe. Então, quando venço, não sou eu apenas quem vence. De
certa forma, termino o trabalho de um grupo enorme de pessoas!”
Ayrton
Senna
É da natureza das pessoas quererem ser melhores? As pessoas fazem as
coisas para estar com as outras? Quando uma pessoa se sente conectada com as
outras ela é mais plena e feliz?
Sabemos que estas questões movem as pessoas, mas não apenas como
indivíduos, as movem como time, grupo ou coletivo. Pertencer é uma das coisas
mais importantes e surpreendentes que uma pessoa experimenta ao longo da vida!
Quando o senso de pertencimento não está presente as pessoas se
desmotivam, perdem o interesse no grupo em que estão. Por isso, a liderança tem
a missão de gerar e manter a conexão e uma origem comum de desejos que unirão
as pessoas. Porque nada mais importa se as pessoas estiverem lutando apenas por
si só.
A busca por um bem comum, tema recorrente nas pessoas que querem ser
virtuosas, é fundamental para uma vida boa, cheia de significado e
profundidade, assim nasce o pertencimento, pessoas que acreditam que tem um
destino comum, algo que as leva a serem mais felizes.
Tenho conversado com líderes que percebem que nem todos estão
conectados, que de alguma forma as pessoas estão perdendo o senso de
pertencimento e, portanto, estão menos propensas a atuarem colaborativamente,
resultando em cada uma cuidando apenas do seu “umbigo”.
O que a liderança precisa fazer nesta situação?
É preciso saber que uma liderança tem como função primordial criar as
conexões que levam ao senso de pertencimento, porque de alguma forma as pessoas
podem se esquecer do “para que” de estarem juntas e “para onde” estão indo de
fato. Percebo isto porque acredito no trabalho, no papel profissional, como
fonte de saúde emocional, intelectual e relacional. E, pelos longos anos de
estudo e experiência, posso garantir que ter pessoas, sejam grupos ou times, se
sentindo pertencentes é motor para uma vida mais plena!
Ao entender a liderança como a formadora de conexões entre as pessoas,
como geradora de senso de pertencimento, principalmente ao propor objetivos
comuns que levem todos a serem melhores de alguma forma, é importante que esta
liderança aprenda a ouvir e seguir seus instintos ou percepções.
Se, como liderança, seus instintos e/ou sua percepção sobre alguns fatos
mostram que as pessoas estão perdidas, questionando se estão trabalhando para o
bem comum e, portanto, demonstrando pouco pertencimento, está na hora de agir e
cuidar para que voltem a se sentir importantes para o todo, para os outros.
Não foi à toa que escolhi a frase do nosso querido Senna para encabeçar
esta discussão, a liderança é parte indissociável do time e se sua área,
departamento ou empresa vencem é por conta de um time que trabalhou duro e
precisa saber que importa para o todo.
E justamente por ser parte desse time que a liderança é capaz de criar o
senso de conexão e pertencimento, principalmente quando se põe em movimento para
atuar prontamente quando algo não vai bem, quando a sensação de falta de
conexão atinge as pessoas do seu grupo. Sem pertencimento e conexões reais seu
time estará sempre infeliz, as pessoas não entregarão o melhor delas para o
ambiente, pois não sentirão que isto tem valor algum, talentos podem ir embora,
conflitos podem ser gerados e descompasso entre o que é preciso ser feito e a
ação para realizar serão constantes.
É preciso compreender que o pertencimento é algo
de muito valor, pode ser subjetivo se você não olhar de perto, o
tema pode ser tratado como menor, porém é dele que tudo que importa é gerado.
Quer ser uma liderança excelente? Então, cuide das conexões e do senso de
pertencimento de seus grupos.
Algumas dicas para você aplicar no desenvolvimento do senso de
pertencimento:
1 – Una as pessoas, crie laços e
conexões entre elas lembrando que todos crescem juntos e que o que fazem
realmente importa;
2 – Mantenha atenção constante no grupo, se
perceber que há algo levando as pessoas a se distanciarem umas das outras,
conflitos, desmotivação, ou mesmo que os laços estejam enfraquecidos por
estarem distantes fisicamente, tenha conversas francas sobre o tema;
3 – Coloque na agenda ações que levem as pessoas a saberem o quanto
importam, o quanto fazem diferença uma para as outras, faça isto com
consistência e frequência.