A liderança libera mais felicidade no
ambiente quando cria a possibilidade de as pessoas sentirem-se conectadas e
pertencentes a um time. Isto tem capital importância pelo mundo e está entre as
competências mais observadas nas lideranças excepcionais.
Todos querem um lugar para chamar de
seu. Antropologicamente nós precisamos pertencer. Todos os ensaios e pesquisas
mostram a importância de uma pessoa estar conectada com sua família e com
grupos dos quais se sente pertencente para manutenção de sua saúde emocional e
social. Ao longo da vida, isto segue sendo reproduzido e desejado para que
possa existir a percepção de felicidade.
Você já deve ter vivido, assim como eu,
a experiência de fazer parte de um time de trabalho em que todos se sentiam
conectados. Todos lutavam, aprendiam e comemoravam juntos os sucessos e
choravam os fracassos. Se vivenciou algo assim, certamente lembra da sensação
boa de que o time valia a pena e do quanto se completavam de alguma forma.
Pertencer a este time pode ter sido
aleatório, mas o que devemos perseguir é a forma como a conexão é criada entre
as pessoas e o porquê de elas se sentirem tão pertencentes ao grupo. Outro
ponto fundamental é, se sabemos que isto é realmente fonte de felicidade, por
que não criamos mais situações para que os times sintam esta mesma
condição?
Porque, como lideranças, parece que
isto não é tão fácil.
Vale dizer que, até bem recentemente,
eu via nas organizações os líderes desconectados entre si. Seus times eram, ou
ainda são, reflexo deste mesmo tipo de comportamento. Já ouviu aquela velha
história dos silos? De áreas que não trabalham com as outras, adotando o estilo
de “cada um por si”? Reflexo de um time de lideranças desconectado!
Para uma liderança excepcional criar um
senso de pertencimento e de conexão com seu time é preciso que todos sintam que
há um ambiente livre. Onde possam conhecer melhor quem são as pessoas que
convivem naquele grupo, o que desejam, o que as motivam e como, juntas, são
capazes de fazer a diferença. Isto pode acontecer aleatoriamente, porém a
liderança excepcional cria tais condições e faz com que todos se sintam
profundamente conectados enquanto enfrentam as incertezas e desafios do
cotidiano.
Voltando à questão do time de líderes,
se é que podemos chamar de time pessoas que se sentem mais solitárias e donas
de si em suas áreas de atuação. Ao se tornarem líderes, as pessoas têm a
tendência de se desligarem das outras e ficarem procurando formas de serem
reconhecidas. Lutam por maior evidência e mais elogios pela organização, em
comparação às outras lideranças. Ah! Sim. São também mais cobradas
individualmente, motivo pelo qual o senso de conexão parece ser substituído
por: “aparecer melhor na fita”.
Líderes excepcionais precisam estimular
o próprio time, ao qual precisam pertencer, para se conectarem entre si. Quem
dá o primeiro passo? Em um time no qual a liderança executiva não providenciou
o senso de conexão é preciso saber que isto importa. Somente assim pode-se
começar a trabalhar para quebrar a ideia de “aparecer mais que o outro”, de
ficar em silos, ou cada um no seu quadrado. Ao compreender e estimular esse
senso, é possível integrar melhor as pessoas por trás do papel de
liderança.
Dê o primeiro passo!
Times de lideranças alinhados produzem
resultados excepcionais, vencem melhor os desafios e abraçam melhor as
inovações. E o mais importante: aqui as lideranças podem ser mais felizes, com
senso de conexão, pertencimento e realização.
Andando em diversas empresas, dos mais
diferentes segmentos, com as mais diferentes pessoas e em níveis distintos, é
raro encontrar times de líderes realmente conectados. Isto talvez os
identifique como lideranças excepcionais neste quesito, o que é desejável pelas
organizações e provavelmente por eles próprios.
Um novo jeito para liderar é estar com
seu time de líderes conectado, com todos se sentindo pertencentes, sem a
necessidade de um se destacar mais que o outro para entregar resultados,
justamente por saberem que estão entregando, juntos, algo maior.
Deste modo, lideranças excepcionais jamais
são solitárias. São solidárias, se completam e aprendem umas com as outras.
Produzem um exemplo forte e poderoso para seus colaboradores, firmam a cultura
de pertencimento não porque pregam isto como ideal e sim por que vivem esta
condição.
Como pode começar a sua jornada para
construir ambientes de conexão e pertencimento?
1 – Dialogue com o time de liderança ao
qual pertence. Incite a possibilidade de terem menos silos, terem maior diálogo
e sobre como podem estar mais juntos;
2 – Não se chateie quando alguém quer
aparecer. Procure completar a conexão entre o que sua área faz com a do outro,
integrando a opinião dele;
3 – Fale mais de você, de seus medos e anseios. O seu exemplo pode
contaminar positivamente os demais.
Lideranças excepcionais vão além na
construção de ambientes de pertencimento e conexão.